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Fui a primeira jornalista / criadora de conteúdo mulher que cobre tecnologia no Brasil a testar o Apple Vision Pro depois do seu lançamento oficial. Pode não significar nada para você, mas por aqui é mais uma grande conquista 😊
Dito isso: bom dia para quem não teve o azar de esbarrar com a minha digital Persona por aí! Quem me acompanha nas redes sociais ou no YouTube deve ter visto que consegui colocar as mãos em uma das primeiras unidades do dispositivo de computação espacial a chegar ao país, então minha semana foi dedicada a isso. Muita coisa para fuçar, estudar, refletir sobre o impacto no mercado e assim por diante.
Então a newsletter de hoje está mais focada neste tema, mas não deixei de reunir outras novidades importantes que rolaram ao longo dos dias e dicas de segurança digital para o carnaval. Boa leitura e obrigada a todos que participaram da enquete da semana passada 💗
-Joy Macedo
O que tem pra hoje?
😎 Primeiras impressões do Apple Vision Pro [Hands-on]
🧠 Bard agora é Gemini e tem aplicativo próprio
💳 iPhone vira maquininha de cartão do Nubank
🎉 Check-list de carnaval
Se eu TE Contar como foi minha primeira vez com o Apple Vision Pro?
Como alguns de vocês devem saber, eu sou apresentadora do canal Loop Infinito, no YouTube. Na última sexta-feira (02), um dos sócios foi até os Estados Unidos buscar uma unidade do Apple Vision Pro e, na segunda-feira (05), ela já estava no estúdio em São Paulo.
Passamos a semana debruçados na criação de conteúdos sobre o gadget de US$ 3.500, que marca a estreia da empresa no segmento, e eu compartilho aqui com vocês minha experiência com a tal computação espacial da Apple.
O primeiro pensamento que tive quando o conteúdo das duas telas 4K de altíssima densidade de pixels por polegadas saltaram à frente dos meus olhos foi:
“Espera aí, isso ainda é tela mostrando o que as câmeras de fora estão capturando”
Apesar da obviedade do pensamento, não foi bem isso que alguns criadores de conteúdo e jornalistas internacionais disseram — e muito menos a Apple. Tudo soava como uma grande promessa mágica de replicar a realidade por meio dos displays micro OLED.
Não me entenda mal, a qualidade das imagens exibidas é impressionante, principalmente em conteúdos 3D, mas em momento algum eu esqueci que estava usando os óculos enquanto olhava para o mundo real.
O delay é praticamente inexistente: são 12 milissegundos de tempo de processamento do conteúdo capturado pelas câmeras até sua exibição na parte interna, mas ainda temos a barreira do display.
As câmeras localizadas na parte externa transmitem mais de um bilhão de pixels por segundo para as telas internas. Ele também tem rastreamento da cabeça, das mãos e mapeamento 3D, tudo em tempo real. O áudio espacial funciona bem demais para lembrar onde deixamos aquela janela “estacionada”, por exemplo.
Para processar tanta informação, o Vision Pro tem dois chips: o M2, que a gente conhece, da própria Apple, e o novo R1. O M2 fica responsável por rodar o sistema visionOS, executar algoritmos de visão computacional e os gráficos.
Já o R1 é dedicado ao processamento das imagens das câmeras, dos dados dos sensores e dos microfones. Para você ter uma ideia, a Apple registrou mais de 5.000 patentes para o lançamento, mas nenhuma delas foi o suficiente para descartar a bateria externa que precisa andar sempre conectada.
Tecnologias de alto calibre à parte, me sinto um tanto ridícula usando o gadget enquanto falo com as pessoas, mas confesso que depois de um tempinho com ele no rosto você meio que ignora (ou até esquece) esse sentimento.
O dispositivo ainda é pesado, principalmente porque tenho um rosto pequeno e todos os acessórios do produto foram comprados para o dono dos óculos. Inclusive, esse ponto da personalização é bem importante: até mesmo o rastreamento dos olhos, que servem como cursor na navegação, é totalmente feito para cada indivíduo.
O momento em que tentei fazer os primeiros movimentos de pinça com os dedos para selecionar algo na tela foi cômico. Nada acontecia, feijoada. Porém, depois de calibrar o rastreamento ocular para os meus olhinhos, um mundo novo se abriu e senti o quanto a responsividade é positivamente chocante. O ajuste é bem simples, dura pouco mais de um minutinho e consiste apenas em olhar para bolinhas coloridas espalhadas pela tela e selecioná-las com os gestos.
No final das contas, você não precisa sequer levantar as mãos para que a leitura do gesto aconteça. É só olhar, pinçar e o aplicativo escolhido se abre instantaneamente. Olhar para o canto da janela, pinçar e aumentar ou diminuir seu tamanho na hora. Até o teclado virtual me pareceu mais fácil de digitar do que eu esperava.
Entre reais e virtuais, a saída é fazer valer a pena 🎶
Para alternar entre um modo em que você vê tudo o que está ao seu redor no mundo real — vou chamar aqui deliberadamente de “modo transparência” — e o modo de imersão total, que te “teletransporta” para o topo de um vulcão no Havaí ou outro lugar que você escolher no menu, é só girar a coroa digital que fica acima da tela externa dos óculos. É possível ficar completamente imerso ou deixar uma mistura entre realidade e virtual.
Quando você está sem enxergar nada ao seu redor, uma tela externa bem chumbrega mostra uma animação em vez de mostrar o que deveria ser uma versão realista dos seus olhos. A parte interessante é que, mesmo totalmente imerso, quando alguém ao seu redor fala algo, essa pessoa aparece no seu mundinho virtual para manter a convivência básica entre seres humanos.
Acredito que o maior potencial do Vision Pro ainda está na criação de ambientes de trabalho virtuais e no entretenimento. Criar grandes monitores flutuando no ar para trabalhar no seu MacBook com periféricos físicos, ou assistir filmes em telas privativas gigantescas recostado na cadeira do avião são usos muito maneiros.
Agora imagine a possibilidade de conversar com um parente ou amigo que mora em algum lugar distante como se ele estivesse na sala da sua casa assistindo um filme na sua TV.
Mas por enquanto só dá para imaginar mesmo, pois a digital Persona, que é uma espécie de avatar realista dos donos do Apple Vision Pro, ainda está em fase beta, o que resulta em algo parecido com isso:
A questão agora é se essas promessas de um produto melhor no futuro já valem os possíveis R$ 35.000 que ele custaria no Brasil, levando em consideração a “conversão Apple” de R$ 10 para cada US$ 1.
O que muda no jogo com a chegada da Apple?
É claro que estamos falando de um produto extremamente nichado e de uma tecnologia que ainda não tem um apelo ou um aplicativo matador. No entanto, é inegável que a entrada da Apple no segmento movimenta tudo.
Basta olhar para a quantidade de vídeos do Apple Vision Pro que está circulando pelas redes sociais, mesmo com um lançamento restrito aos Estados Unidos! Novos aplicativos vão começar a pipocar e até mesmo gigantes como o YouTube voltaram atrás e estão entrando na parada.
A empresa de Cupertino demorou, mas chegou com uma quantidade arrebatadora de tecnologia embarcada e altíssima qualidade na construção do produto, mas fico me questionando se teremos um “Apple Vision SE” futuramente.
No final das contas, minha impressão inicial é que o primeiro Apple Vision Pro ainda é um brinquedo tech bem caro e divertido, mas que também pode se transformar em uma estação de trabalho virtual muito interessante e personalizada. Ou será que logo teremos estudos apontando os grandes riscos de ficarmos com duas telas 4K coladas aos olhos por mais de 8 horas? 👀
Fato é que eu não acredito que as pessoas realmente vão ficar andando dentro de casa filmando seus filhos com esse trem na cabeça – até porque temos câmeras melhores em nossos smartphones – nem deixar de comprar TV para ficar assistindo filme nas telas dos óculos.
Enfim, muitos pensamentos para pensar. O que você acha de tudo isso?
Notícias ligeirinhas
🤖 Bard agora é Gemini e tem aplicativo próprio (mas ainda não chegou ao Brasil). O Google promete que esse é "um primeiro passo importante na construção de um verdadeiro assistente de IA — que seja conversacional, multimodal e útil"
💳 iPhone agora pode ser usado como maquininha de cartão por clientes PJ do Nubank
🍻 Brahma Phone: a Brahma vai distribuir celulares grátis para os foliões usarem no Carnaval em Salvador e no Rio de Janeiro. Mas calma aí, calabreso, é um Positivo TWIST 5 PRO só para você conseguir usar WhatsApp e Uber, por exemplo. Mas a galera pistolou mesmo foi com o vídeo de lançamento da ação, que “imita” Steve Jobs 🤣
Lembretes para o Carnaval
Celular é na doleira, dentro da roupa, não na pochete
Confira sempre se o valor está correto antes de digitar a senha do seu cartão
Ative o AVISO SMS do seu banco para as transações
Ajuste os limites de transferência da sua conta
Anota o IMEI do seu aparelho em algum lugar seguro em casa
Ative os recursos de rastreamento de seus dispositivos
Cadastre seu aparelho no CELULAR SEGURO do governo
Se tem um celular Samsung, ative CADEADO GALAXY e use a PASTA SEGURA!
Beba com moderação
Me conta seus planos para a folia e divirta-se!